Área Indígena Cacique Doble elege novo Cacique
10/03/2023 - 9:01

A Eleição para a escolha do novo Cacique da Área Indígena Cacique Doble, foi realizada nesta quarta-feira (08). O candidato Leonardo Manoel Antônio de 28 anos, foi eleito o novo Cacique, com 224 votos. O adversário, Berto Ferreira Doble, recebeu 58 votos.

A eleição ocorreu conforme a tradição indígena, em que cada candidato foi representado por um grão de cereal diferente, cada eleitor apto – indígenas maiores de 16 anos -, escolheu seu candidato e colocou o grão correspondente a ele em um pote. O candidato que teve o seu tipo de cereal com mais grãos no pote, venceu.

O início da votação foi às 10h da quarta-feira, e se estendeu até às 15h. No total foram registrados 282 votos.

O NOVO CACIQUE

O novo Cacique da Área Indígena Cacique Doble, Leonardo Manoel Antônio, comentou que pretende trabalhar para o bem-estar do povo indígena. “Quero fazer um bom trabalho para a comunidade Indígena e trabalhar por melhorias”, disse.

Leonardo, também comentou que a partir de agora as eleições serão realizadas de quatro em quatro anos na Área Indígena Cacique Doble.

Ele também explicou que toda a comunidade indígena estava informada e ciente da realização das eleições.

Na tarde desta quinta-feira (09), Leonardo Manoel Antônio, esteve no Ministério Público e na Polícia Federal de Passo Fundo, informando o resultado das eleições.

POLÊMICAS

A escolha de um novo Cacique, para a Área Indígena Cacique Doble, aconteceu em meio a polêmicas. Na última segunda-feira (06), um grupo esteve na FUNAI (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) de Passo Fundo, solicitando ajuda para a realização de nova eleição, já que lideranças da comunidade foram presas recentemente.

Na mesma data, outro grupo de indígenas emitiu uma Ata – assinada por diversos indígenas da Área Indígena Cacique Doble -, contrárias a realização da eleição, em que consta que a Liderança por ora indicada continuaria o seu trabalho na comunidade. De acordo com a Ata N°05 /2023, a solicitação da eleição foi “completamente descabida”.

A FUNAI, explicou que ela e qualquer outra entidade não tem poder de trocar, nem indicar lideranças de qualquer comunidade indígena, apenas recebe um documento, que indica a realização da eleição e reconhece o novo Cacique. A escolha do líder indígena deve ser feita de acordo com as tradições da comunidade, em eleições legítimas, e sem a interferência de qualquer órgão.