Desde 2019, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) investiu mais de R$ 4,7 bilhões para ampliar a oferta de água no País, sobretudo na Região Nordeste, que tradicionalmente sofre com a seca. Esses recursos possibilitaram a conclusão de grandes obras hídricas, como o trecho final do Eixo Norte da Transposição do Rio São Francisco, o Ramal do Agreste e a Adutora do Pajeú, em Pernambuco, e o Canal do Sertão Alagoano, além da construção e recuperação de barragens e a instalação de poços artesianos e de sistemas de dessalinização de águas subterrâneas.
“Conversar com pessoas que dizem para você que nunca tiveram acesso à água muda o pensamento de quem tem a oportunidade de conhecer aquela realidade. E isso aconteceu comigo. A Transposição do São Francisco é composta por dois eixos principais: o Leste, que estava concluído no final de 2018, e o Norte, que estava apenas 30% operacional. Isso significa que havia um conjunto de obras físicas avançadas, mas a água não conseguia percorrer o seu caminho por diversos problemas nos canais e nas placas”, explica o ministro do Desenvolvimento Regional, Daniel Ferreira.
Ainda a respeito da Transposição, o secretário Nacional de Segurança Hídrica do MDR, Sérgio Costa, faz coro ao que foi dito pelo ministro. “Levar água ao Nordeste brasileiro, principalmente ao semiárido, é uma questão de vida, de desenvolvimento. Então, a gente passa a levar para os estados água com qualidade e regularidade, mostrando que o Ministério do Desenvolvimento Regional é o ministério das águas e que se preocupa com povo brasileiro”, enfatiza.
Após quase 16 anos do início das obras, os eixos Leste e Norte da Transposição do São Francisco estão concluídos e funcionais. Foi só após 2019 que as águas do Velho Chico saíram de Pernambuco, estado doador, e chegaram ao Rio Grande do Norte, ao Ceará e, pelo Eixo Norte, à Paraíba – o estado era atendido pelo Eixo Leste desde 2017.
Em 2019, apenas 31,54% de todo o Eixo Norte estava em funcionamento. Hoje, esse percentual é de 100%. Em três anos, foram desembolsados mais de R$ 4,08 bilhões, o que corresponde a 27,32% de tudo que foi investido nas obras até hoje – mais de R$ 14,9 bilhões. A média anual de investimentos, R$ 1,02 bilhão, é a maior desde o início do projeto.
Além de concluir e colocar em operação todo o Eixo Norte, o Governo Federal iniciou um novo ciclo, retirando do papel três importantes obras previstas no projeto original da Transposição. Com isso, foi retomado um compromisso feito lá atrás com a população de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.
Uma dessas obras é o Ramal do Agreste, considerada a maior obra de infraestrutura hídrica do estado de Pernambuco e concluída em outubro de 2021. A estrutura recebeu investimentos de R$ 1,6 bilhão, sendo R$ 1,4 bilhão pago desde 2019, e vai garantir segurança hídrica a 2,2 milhões de pessoas em 68 municípios pernambucanos. O empreendimento, em 2019, tinha apenas 1% de execução.
Outra estrutura do projeto original da Transposição é o Ramal do Apodi, que saiu do papel em 2021. Quando concluído, vai levar as águas do Eixo Norte a 54 municípios nos estados do Rio Grande do Norte (32), Paraíba (13) e Ceará (9), beneficiando 750 mil pessoas. O valor total da obra está previsto em R$ 1,77 bilhão, com uma extensão de 115,3 km, e três áreas de controle, 23 trechos de canais, com extensão de 96,7 km, sete aquedutos, oito rápidos e um túnel. O empreendimento levará a água que chega ao reservatório Caiçara (PB) até o reservatório Angicos (RN) apenas com a ajuda da gravidade.
O Governo Federal também deu início à licitação para a construção do Ramal do Salgado, no Ceará, que terá investimentos de R$ 600 milhões e vai beneficiar 4,7 milhões de pessoas em 54 cidades do estado. A estrutura será responsável pelo transporte das águas do Velho Chico, partindo do Ramal do Apodi, na Paraíba, até o leito do Rio Salgado, aumentando a eficiência na entrega de água para o Ceará.
*Por: Ministério do Desenvolvimento Regional